FACTO DA SEMANA - Yasser Arafat
O FIM DE UMA VIDA E O NASCIMENTO DE UM MITO
Yasser Arafat foi e continuará a ser o personificador da causa palestiniana. O homem que sempre acredito na criação de um estado palestiniano autónomo e independente. O ser que arriscou de forma heróica a sua vida em prol de um povo palestiniano. Por estas razões nasce um mito, e ele será sempre coroado como o pai do estado palestiniano.
Mas terá sido o homem certo para garantir a paz? Tal como dizia no jornal «O Público» na sua edição de 12 de Novembro de 2004 «O homem quer perdeu a guerra e não ganhou a paz», Yasser Arafat sempre foi coerente com a sua forma de actuação – um guerrilheiro nato. E foi dessa forma que se notabilizou desde 1964 com o apoio do Egipto, fundou no Cairo a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Desde essa data até 14 de Dezembro de 1988, em Genebra, onde Arafat aceitou a resolução 242, declarando “o direito de todas as partes do conflito existirem”, e recusa “toda a forma de terrorismo”, aceitando a existência de Israel. Mas terá realmente Arafat interpretado no sentido lato estas palavras? Ou terá sido uma “gaffe” tal como escreveram na altura os seus biógrafos Janet e John Wallach, em vez de dizer “renunciamos” ao terrorismo disse “anunciamos”? Ou foi um mero mecanismo de propaganda, de forma a sensibilizar toda a comunidade internacional?
O que é certo é que desde então Arafat nunca despiu o lenço, o “Kaffyeh”, tinha sido o emblema dos palestinianos durante a rebelião contra os britânicos, nos anos 30. Sempre desperdiçou desde então oportunidades para conseguir a paz. A sua identidade ficou ligada à imagem com que apareceu no Conselho de Segurança da ONU em Novembro de 1974 com um ramo de oliveira na mão e uma arma de combate à cinta, proferindo na altura «Hoje, eu trouxe um ramo de oliveira e a arma de combate da liberdade; não deixem que o ramo de oliveira caia da minha mão». Arafat quando oficialmente declarado presidente do povo palestiniano, teve nas mãos, a decisão deixar cair a arma da mão para amarrar com as duas o ramo de oliveira.
O que faltou a Yasser Arafat foi saber despir a farda de guerrilheiro e envergar o facto de presidente de uma nação palestiniana.
Foi durante os últimos anos um homem com duas palavras, e que verdadeiramente nunca ansiou a paz com Israel. Não os podemos esquecer que Arafat foi o homem que deu o beneplácito a acções terroristas como as dos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, e que em 1990 apoiou a invasão iraquiana do Kuwait. Arafat errou porque nunca foi capaz de assumir perante os seus interlocutores que era contra qualquer forma de terrorismo. Homem de duas faces, sempre disposto perante a comunidade internacional a contraria o terrorismo, mas perante os seus aliados internos, sempre foi o guerrilheiro de sempre.
Será o único culpado? Obviamente que não. Embora de uma forma mais moderada, não recorrendo ao terrorismo cego nos seus actos, Israel também em determinados momentos não soube cumprir os tratados de paz. Desde 1993, com os tratados de Oslo com posterior assinatura em Camp David por Yitzhak Rabin e Arafat, o número de colonatos aumentou, e houve dirigentes políticos extremistas Israelitas que nunca aceitaram os mesmos tratados.
É tempo da reunificação. É tempo de escolha de novos líderes. É chegado o tempo de Israel perceber que não pode prosseguir com os colonatos e assassinatos selectivos para não inflamar a revolta popular, é tempo de todos cederem. E se todos cederem um pouco daquilo que tem, será possível no conjunto formar a tão ansiada paz. Nesta vitória de todos, nós Europeus e os EUA, temos responsabilidades e dessas mesmas temos de saber ajudar e servir de mediadores. Hoje existe um “Road Map” para a paz no médio oriente assinado por israelitas e palestinianos. Tratados existem, é só começar a fazer cumpri-los.
Tenho fé e esperança que ao contrário do que muitos acreditam, numa rebelião de grupos terroristas e o alastrar de uma guerra civil na Palestina, ao cair uma figura que sempre representou a guerrilha palestiniana, com ajuda do ambiente democrático que já se começou a instalar no seu território nas eleições previstas para Janeiro do próximo ano, a paz chegue finalmente ao Médio Oriente. A meditar.
Yasser Arafat foi e continuará a ser o personificador da causa palestiniana. O homem que sempre acredito na criação de um estado palestiniano autónomo e independente. O ser que arriscou de forma heróica a sua vida em prol de um povo palestiniano. Por estas razões nasce um mito, e ele será sempre coroado como o pai do estado palestiniano.
Mas terá sido o homem certo para garantir a paz? Tal como dizia no jornal «O Público» na sua edição de 12 de Novembro de 2004 «O homem quer perdeu a guerra e não ganhou a paz», Yasser Arafat sempre foi coerente com a sua forma de actuação – um guerrilheiro nato. E foi dessa forma que se notabilizou desde 1964 com o apoio do Egipto, fundou no Cairo a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Desde essa data até 14 de Dezembro de 1988, em Genebra, onde Arafat aceitou a resolução 242, declarando “o direito de todas as partes do conflito existirem”, e recusa “toda a forma de terrorismo”, aceitando a existência de Israel. Mas terá realmente Arafat interpretado no sentido lato estas palavras? Ou terá sido uma “gaffe” tal como escreveram na altura os seus biógrafos Janet e John Wallach, em vez de dizer “renunciamos” ao terrorismo disse “anunciamos”? Ou foi um mero mecanismo de propaganda, de forma a sensibilizar toda a comunidade internacional?
O que é certo é que desde então Arafat nunca despiu o lenço, o “Kaffyeh”, tinha sido o emblema dos palestinianos durante a rebelião contra os britânicos, nos anos 30. Sempre desperdiçou desde então oportunidades para conseguir a paz. A sua identidade ficou ligada à imagem com que apareceu no Conselho de Segurança da ONU em Novembro de 1974 com um ramo de oliveira na mão e uma arma de combate à cinta, proferindo na altura «Hoje, eu trouxe um ramo de oliveira e a arma de combate da liberdade; não deixem que o ramo de oliveira caia da minha mão». Arafat quando oficialmente declarado presidente do povo palestiniano, teve nas mãos, a decisão deixar cair a arma da mão para amarrar com as duas o ramo de oliveira.
O que faltou a Yasser Arafat foi saber despir a farda de guerrilheiro e envergar o facto de presidente de uma nação palestiniana.
Foi durante os últimos anos um homem com duas palavras, e que verdadeiramente nunca ansiou a paz com Israel. Não os podemos esquecer que Arafat foi o homem que deu o beneplácito a acções terroristas como as dos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, e que em 1990 apoiou a invasão iraquiana do Kuwait. Arafat errou porque nunca foi capaz de assumir perante os seus interlocutores que era contra qualquer forma de terrorismo. Homem de duas faces, sempre disposto perante a comunidade internacional a contraria o terrorismo, mas perante os seus aliados internos, sempre foi o guerrilheiro de sempre.
Será o único culpado? Obviamente que não. Embora de uma forma mais moderada, não recorrendo ao terrorismo cego nos seus actos, Israel também em determinados momentos não soube cumprir os tratados de paz. Desde 1993, com os tratados de Oslo com posterior assinatura em Camp David por Yitzhak Rabin e Arafat, o número de colonatos aumentou, e houve dirigentes políticos extremistas Israelitas que nunca aceitaram os mesmos tratados.
É tempo da reunificação. É tempo de escolha de novos líderes. É chegado o tempo de Israel perceber que não pode prosseguir com os colonatos e assassinatos selectivos para não inflamar a revolta popular, é tempo de todos cederem. E se todos cederem um pouco daquilo que tem, será possível no conjunto formar a tão ansiada paz. Nesta vitória de todos, nós Europeus e os EUA, temos responsabilidades e dessas mesmas temos de saber ajudar e servir de mediadores. Hoje existe um “Road Map” para a paz no médio oriente assinado por israelitas e palestinianos. Tratados existem, é só começar a fazer cumpri-los.
Tenho fé e esperança que ao contrário do que muitos acreditam, numa rebelião de grupos terroristas e o alastrar de uma guerra civil na Palestina, ao cair uma figura que sempre representou a guerrilha palestiniana, com ajuda do ambiente democrático que já se começou a instalar no seu território nas eleições previstas para Janeiro do próximo ano, a paz chegue finalmente ao Médio Oriente. A meditar.
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