Alfred Tomatis

"Tudo o que é recebido deve ser inteiramente dado",
defendia Alfred Tomatis (1920-2001) como lema de vida. Para este médico francês, nascido em Nice em 1920, o gosto pela medicina e as descobertas que mais tarde realizou na área da otorrinolaringologia eram dádivas divinas que deviam ser partilhadas.
Na década de 50, o otorrinolaringologista francês Alfred Tomatis revelou que a forma como escutamos tem um impacto profundo na capacidade de aprendizagem, comunicação e, de um modo geral, na nossa qualidade de vida. Filho de um cantor de ópera, Tomatis começou por ajudar os colegas do pai com problemas e voz e criou um método de treino de integração neurossensorial, com o seu nome, cujo objectivo é reeducar a escuta para que as pessoas aprendam a utilizar melhor o seu sistema auditivo.
Dotado de grande capacidade e auto-estima criou ao longo da sua vida três leis que se transformaram em postulados na fundamentação do Método Tomatis. A primeira lei diz que a voz só contém as frequências que o ouvido é capaz de captar. A segunda lei, refere que a voz pode ser alterada se alterarmos o que escutamos. A terceira lei, é a da reminiscência, se significa que é preciso reeducar o ouvido, estimulando a audição durante um certo tempo.
A aplicação do método apoia-se num aparelho que o médico francês criou, conhecido pela "orelha electrónica", que consiste em fazer os pacientes colocarem uns auscultadores e ouvirem Mozart e canto gregoriano, em frequências previamente programadas em computador. Uma terapia da escuta que funciona através da estimulação dos músculos do ouvido médio, que corrige as conexões neurossensoriais mal desenvolvidas.
Em Portugal este método tem sido utilizado recentemente no tratamento de crianças autistas.
(in Revista «Xis», 20.11.2004 )
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